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Logo pela manhã, ouvi vozes estridentes, carregadas do regionalismo de dois interlocutores animados;  atenção maior para a voz que misturava palavras em alemão e português.  Depois das saudações introdutórias, falavam sobre o final do outono, a necessidade de chuvas na lavoura, o milharal de tenras espigas. Esse curto relato seguiu para despedida com algum gracejo e substituição da palavra "até amanhã", acabando com o assunto: “  Deu pra hoje .” Detalhes pitorescos de se comunicar de alguns serranos ao substituírem e reduzirem palavras, além de ter conversas em tom eufórico, bem alegres; herdado dos italianos, chegaram por aqui no ano de 1875. Uma expressão de bom-dia há distensão da vogal “O” à emissão do som, e tudo se resume a uma única palavra encorpada de brevidade e precisão. “ Tudoooo” Não somente essa palavra, bem como refrigerante é “ refri ”, professora é “ profe” , final de semana é “ finde” . Deliciosos detalhes para se apreciarem de quem morou em outra localidade

Quando o sol abrasador no alto da serra gradativamente se afasta neste final de outono, o protagonista inverno revela mudanças discretas de lufadas mais intensas de frio. Ventos gelados e luzes difusas de céus cinzentos acontecem com certeza, tempo de recolhimento. No inverno pensamentos se voltam para a solitude e os hábitos importantes. Preciso de momentos de introspecção. Dias sombrios são para criarem planos, novas ideias e a retomada de outros que não estão sendo desenvolvidos por inércia. É hora de dedicar mais tempo ao meu caderno de anotações. Sempre apreciei e tive cadernos, cadernetas, blocos de anotações. Amo comprá-los, fonte de prazer renovadora. Aprecio demais frequentar cafés, livrarias, lojas e qualquer estabelecimento que possua aquelas adoráveis prateleiras repletas de possibilidades de pequenos tesouros para meus escritos. Esses cadernos são de rascunhos, ideias, textos, referências e até mesmo frases, e ainda os guardo com carinho. V oltar a lê-los e se surpreender

Quando me levanto vou direto para janela vejo a vida através da janela repleta de possibilidades. Momentos para  apreciar a área plana do vale, ao longe a mata nativa,  observo o dia, céu e paisagem, entre o  café  e  pensamentos. Penso no ritmo e como organizar meu dia. Muitas vezes, caminhadas pelo bosque ou fotografar na parte da manhã são sacrificadas por compromissos corriqueiros como limpeza da casa, jardim, compra e tantos outros compromissos. Um olhar no céu, pés no chão e mente entre imaginação e fantasia o fato que a serra promove sentimentos de um portal de magia ao contemplar tanta beleza ao redor, emocionante e motivadora. Desde bem pequena meus pensamentos vagam entre magia e faz de conta, achava que na televisão tinha um mundo pequenino, com o tempo esta magia foi-se apagando, contudo, ficou a capacidade de criar pensamentos, contemplações e acreditar no mundo de possibilidades repleto de magia. Morar em Gramado para melhorar a qualidade de vida foi certeira, e ainda me

Quando você tem grandes planos, reúne todas suas energias para realizá-los, sem dúvida, ao se realizarem é pura felicidade, alegria e tenra plenitude, e quando pequenos atos, aqueles simples desejos, singular, corriqueiros podem ocasionalmente suscitarem felicidade inesperada. Foi o que me aconteceu ontem.   O museu do Ipiranga de São Paulo, foi reinaugurado, esteve por muitos anos fechado, e pelos número de visitantes, fila de espera e agenda lotada; é um tremendo sucesso de público. Sempre visitei este museu, gosto muito de história, para mim é um agradável passeio. Inúmeras vezes tentei adquirir ingresso, mas sempre todos horários esgotados, finalmente ontem, consegui o ingresso para semana seguinte. Valorizo demais  atos simples e desejos, sem restrições para realizá-los como apreciar a natureza, ler, o café com leite pela manhã e a tarde, banhos quentes, acender fogão a lenha da serra, fotografar, caminhadas no bosque, escutar músicas, realizá-los são pequenas gotas de felicidade

Outono tempo de transformações e mudanças de cenários com temperaturas oscilantes, céus mutantes de tons cinza, em outro azul intenso com esparsas nuvens de algodão. As últimas hortênsias de tons azul, cor-de-rosa, e tantas outras secas, levam cores para o cenário outonal no bosque. Destaca-se palhetas de cores alaranjadas, cobre, terrosos, verdes desbotados e amarelos pálidos dos plátanos, álamos, pinheiros e flores de inúmeras espécies serranas. A natureza consegue se modificar graciosamente no outono, porém mudanças climáticas são responsáveis pela ação da devastação do meio ambiente, influenciam a natureza e estações do ano. No alto da serra já sentimos seus efeitos que se faz notar com seca prolongada, frios intensos e dias de calor que muito lembram o verão. Estes tumultos da natureza me influenciam, ascende alarme de entradas do frio incomodativo tão temido por mim, responsável por sentimentos antagônicos  de prazer e desprazer na eminência do inverno. Tenho intolerância ao frio